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Leitores: E o PS está preparado para governar?

Luís Filipe Santos - 27/04/2023 - 9:26

A atualidade das últimas semanas políticas tem estado centrada nas audições da Comissão de Inquérito da TAP e nas intervenções dignas de um programa dos Gato Fedorento. Nem o Ricardo Araújo Pereira conseguiria ser tão cómico como alguns dos intervenientes ouvidos nestas sessões.

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A atualidade das últimas semanas políticas tem estado centrada nas audições da Comissão de Inquérito da TAP e nas intervenções dignas de um programa dos Gato Fedorento. Nem o Ricardo Araújo Pereira conseguiria ser tão cómico como alguns dos intervenientes ouvidos nestas sessões.
Uma série com vários episódios, ainda numa fase inicial, mas que deram matéria para fidelizar o público português. Se continuarem assim, a Netflix arrisca-se a comprar os direitos televisivos para emissão no estrangeiro. 
A grande questão alimentada por este tremendo descalabro verificado na gestão da companhia aérea de bandeira, conforme Pedro Nuno Santos, o sucessor escrito nas estrelas do aparelho socialista para o pós-costismo, afirmava, demonstra bem a ligeireza e a leviandade com que os governantes tratam os portugueses, os contribuintes líquidos deste regabofe em que Portugal se transformou.
Levantando um debate na sociedade portuguesa, bem presente nos últimos dias, sobre a realização de eleições legislativas antecipadas, deixando Portugal em suspenso. Como é possível falar de eleições antecipadas, quando há um ano atrás, o Partido Socialista obteve uma maioria absoluta esmagadora que, na teoria, lhe daria a possibilidade de implementar o seu programa eleitoral sem qualquer tipo de objeções, conduzindo Portugal para um conjunto de reformas estruturais, aproveitando o contexto único de 3 (três) programas (Portugal 2020, Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e Portugal 2030) de financiamento europeu que, juntos, perfazem 65 mil milhões de euros quase tanto como o dinheiro solicitado por José Sócrates à Troika (78 mil milhões de euros) quando, em 2011, solicitou a sua entrada em Portugal. Um pacote financeiro sem igual, desperdiçado, até agora, pela inoperância de quem o gere em colocar em prática e na economia portuguesa, todos esses milhões anunciados e que motivaram autênticos roteiros pelo pais fora, com comitivas de Ministros e o Presidente da República como convidados. Resultado prático desses roteiros? Um redondo zero. Aliás, um zero tão redondo que originou uma violenta reação do Presidente da República à Ministra da Coesão Territorial e cabeça-de-lista, eleita pelo PS no círculo eleitoral de Castelo Branco, Ana Abrunhosa. Talvez, diria eu, o maior raspanete público dado pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa a um membro de um Governo durante os seus sete anos de governação. Na prática, seguindo a cartilha do governo, a senhora Ministra esboçou um sorriso amarelo e a vida continuou, como se nada se passasse. As taxas de execução não melhoraram, o impacto na sociedade não se tem notado, a melhoria da competitividade do tecido empresarial nacional não tem sido a exuberância prometida (como comprovado pelas sucessivas ultrapassagens sofridas por Portugal nos rankings europeus nos últimos meses). O mesmo sorriso amarelo mostrado por Fernando Medina, polémica atrás de polémica, sempre que o seu nome aparece, ou por ter prestado informações falsas, por demonstrar desconhecimento dos factos ou por ter demitido CEO’s de empresas públicas sem sustentação jurídica. Um enorme buraco de incompetência socialista, sem fim à vista. Dois exemplos de governantes com experiência, incapazes de tomar decisões e liderar as suas pastas para o sucesso desejado por todos, a ponta de um icebergue de incapazes, conforme comprovado pelas dezenas de demissões ocorridas neste primeiro ano de mandato. 
São estes exemplos recorrentes de incapacidade política, que colocaram na agenda política, a possibilidade de dissolução de uma Assembleia da República com maioria absoluta de um só partido. Um partido incapaz de responder às expetativas e responsabilidades colocadas em cima dos seus ombros. 
A celebrar 50 anos desde a sua fundação, estes atores nada tem a ver com a grandeza daqueles que, no passado, honraram o debate politico saudável e, juntamente com o PSD, o CDS e o PCP, constituíram o arco da governação. Que trouxeram o Portugal da ditadura para o Portugal da Democracia de Abril. Respeitadores dos ditames parlamentares e dos equilíbrios de regime que permitiram a Portugal crescer no panorama europeu. Nomes como Mário Soares, Almeida Santos e Salgado Zenha para sobreviverem ao jogo do poder, nunca se submeteriam a uma geringonça que alterou o equilíbrio do poder democrático, abrindo espaço às extremas. António Costa nem hesitou….Será que este PS está preparado para continuar a governar?

Presidente do PSD Distrital de Castelo Branco
luis.santos@psdcastelobranco.pt 

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