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Leitores: A propósito do artigo "Ainda a Biblioteca Municipal"

José Dias Pires - 21/09/2023 - 10:00

Senhor Diretor do Semanário Reconquista: Quero, em primeiro lugar, agradecer-lhe (com alguma ironia, reconheço) o ter dado palco de duas páginas para uma resposta de Leonel Azevedo a um artigo de uma página (diga-se, de opinião fundamentada) por mim escrito, apenas e só, na qualidade de cidadão.

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Senhor Diretor do Semanário Reconquista:
Quero, em primeiro lugar, agradecer-lhe (com alguma ironia, reconheço) o ter dado palco de duas páginas para uma resposta de Leonel Azevedo a um artigo de uma página (diga-se, de opinião fundamentada) por mim escrito, apenas e só, na qualidade de cidadão (as outras qualidades a que o respondente me associa — Junta de Freguesia e Assembleia Municipal, e que muito me orgulham porque legitimadas na e pela comunidade, foram uma mera referência despropositada).
Pretendo, com este meu postal, encerrar uma potencial polémica que nunca pretendi nem vou alimentar, até porque não tenho tempo, nem reconheço suficiente mérito ou mínimo interesse para a direção para a qual o respondente pretende encaminhar o assunto.
Tem, o respondente, todo o direito de manter, de forma assaz extensiva, os seus convencimentos e, espero, saiba aceitar o meu direito de sustentar as minhas convicções e certezas fundamentadas, que só consigo explanar de forma mais sintética (defeito meu) no que diz respeito ao assunto que nos colocou em divergência, e cuja classificação já fiz anteriormente.
Senhor diretor, muitas razões tenho para não levar mais água a tal rio, mas se alguma prevalece em relação a outras é a de não ser convictamente invejoso.
Declaro, por isso, que não invejo a presumivelmente elevada erudição do respondente, pessoa que não me é nem simpática ou antipática porque sei que “a antipatia é muitas vezes a inveja disfarçada”. Menos invejo a sua visível glória de leitor privilegiado porque “a inveja é a sombra da glória” e por isso “a inveja é como o vento: açoita sempre os cumes mais altos”, pois que, a quem por ela se movimenta de forma subterrânea e sub-reptícia (admito que nem seja o caso em qualquer um de nós), “a inveja é o meio de alguém fazer, a si próprio, ainda mais mal que a outrem”.
Dando rédea aos seus intentos, o respondente persegue, com muitas fragilidades e intencionadas omissões, diga-se, António Salvado (sei que os mais atentos a querelas de um passado não muito longínquo sabem a triste razão que tal determina) o que ajuda a provar que “a inveja persegue sempre os afortunados” já que “traz o peão à limpeza e ao nobre mais nobreza”.
Na verdade, senhor diretor, “aos olhos da inveja, todo o sucesso é um crime” porque “a inveja é como a ferrugem: corrói quem a tem”.
Como não quero ser elemento corrosivo, se me permite a ousadia, senhor diretor, de novo me declaro um não invejoso, convicto de que “a inveja é a homenagem que a inferioridade tributa ao mérito”, para terminar este postal como o comecei: desejar encerrar uma potencial polémica que nunca pretendi nem vou alimentar, pois, apesar da minha incompleta sabedoria, retenho, respetivamente, o que o meu avô me ensinou e o que António Salvado me dizia: “a inveja está sempre em jejum” e “antes invejado do que lastimado”.


 

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