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Vale do Romeiro: Sem grades!

Artur Jorge - 14/11/2019 - 13:00

Direção de Jorge Neves devolve o futebol à vista desarmada dos espetadores. Vedação foi imposta depois de uma invasão de campo no final de 1991.

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Espetadores passam a poder ver o futebol sem qualquer obstáculo à visão... como até 1991/1992

Mais de um quarto de século depois de uma invasão de campo ter determinado federativamente o gradeamento do Estádio Vale do Romeiro, em Castelo Branco, a armadura vem abaixo e todos os visitantes do palco desportivo vão voltar a poder ver o futebol à… vista desarmada!

As obras de remoção das grades estão praticamente concluídas e o primeiro jogo sem obstáculo à visibilidade será a 23 de novembro, na partida com o Sernache. A intervenção em curso no estádio albicastrense, extensível à recuperação do relvado, foi o motivo do adiamento desse jogo, que estava inicialmente marcado para o último domingo, dia 10.

Foram, exatamente, 27 anos a ver futebol por detrás das grades. A 29 de dezembro de 1991, num Benfica e Castelo Branco-Ovarense (1-2), para a 2.ª Liga, foi o bom e o bonito no Vale do Romeiro, com o público afeto aos encarnados a não conter a ira com a atuação do árbitro bracarense Adão Mendes e a invadir, literalmente, o relvado. Viveram-se momentos delicados e foi Quim Manuel, treinador na altura, que fez de escudo ao trio de arbitragem. Manuel Fernandes, homólogo da Ovarense, foi agredido e um adepto ferido na sequência de uma placa de substituições que saiu desgovernada das mãos de um invasor mais descontrolado.

O recinto acabou por ser interditado apenas por um jogo, mas houve multas pecuniárias elevadas. E a obrigatoriedade de isolar o retângulo da bancada e do peão. O que aconteceu no verão de 1992, numa obra que na altura custou 9 mil contos (45 mil euros à moeda atual).

João Andrade, albicastrense e antigo atleta do clube, lançou há uns tempos através do Reconquista o repto aos dirigentes de encetarem démarches para que a vedação desaparecesse. É o que está a acontecer no legado do presidente Jorge Neves que, recorde-se, assumiu o clube em meados deste ano.

O responsável encarnado advoga que “o gradeamento já não fazia sentido. Não se vê em lado nenhum”. Comunicaram às entidades competentes, concretamente à FPF e à AF Castelo Branco, a intenção de remover o obstáculo. Articularam o mesmo com a Câmara Municipal, que é a proprietária do estádio e está a atuar nos procedimentos no terreno.

“É uma questão de oferecermos mais comodidade aos espetadores. O gradeamento constituía um desconforto para as pessoas”, sublinhou Jorge Neves. A realização de três jogos consecutivamente fora e a solicitação do adiamento da partida do passado domingo, criaram o espaço temporal necessário à intervenção.

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