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Castelo Branco: Moção em defesa do hospital e da ULS seguiu para Lisboa

José Júlio Cruz - 27/10/2022 - 11:20

Unanimidade em torno da saúde mereceu até “aleluias!” do Sempre. Nos impostos mantêm-se as devoluções no IRS e a taxa mínima no IMI em 2023.

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Hélder Henriques presidiu à reunião na ausência de Leopoldo Rodrigues

O Município de Castelo Branco aprovou por unanimidade na sexta-feira, dia 21, uma moção em que afirma a sua “discordância absoluta com um cenário hipotético de encerramento da maternidade ou de diminuição do número de serviços face àqueles que existem no Hospital Amato Lusitano e no âmbito da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.

Depois de acertarem pormenores sobre a elaboração do texto final da moção, inicialmente apresentada pelo PS, os vereadores deste partido, os do movimento independente Sempre e o vereador do PSD votaram favoravelmente o texto que já terá sido enviado ao Presidente da República e ao Primeiro Ministro, com conhecimento do ministro da Saúde, da Administração Regional de Saúde do Centro e da própria Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.

O texto refere entre outras coisas que “os utentes da ULS são cidadãos com plenos direitos e não pode, quem quer que seja, limitar o acesso a serviços de saúde fundamentais ao bem estar e à segurança da nossa comunidade”. “Esta é uma luta que deve ser de todos, com todos e por todos em nome de Castelo Branco”, acrescenta a moção.

No decurso das últimas duas décadas a comunidade albicastrense tem-se preocupado com esta questão. O texto da moção alude a isso, como também refere que “apesar de, supostamente, ainda se estar na fase de construção do estudo a nível nacional, o executivo do Município de Castelo Branco posiciona-se, como fizera no passado, em múltiplas ocasiões, e reafirma publicamente a sua posição sobre o tema.

Politicamente, o vereador do Sempre, Luís Correia, exclamou “aleluia, aleluia!!!” por considerar que finalmente o município saiu em defesa do hospital e da ULS. “Há mais de um mês o Sempre levantou essa questão e exigiu ao executivo uma posição firme sobre este tema (…) foi o Sempre que trouxe o tema desse estudo a esta câmara, apelámos à união de todos e finalmente e felizmente, embora muito tardiamente, o PS e o PSD decidem vir agora em defesa da maternidade e da ULS (…) quando até aqui andaram a passar as responsabilidades para a ULS e para o Governo e a sacudirem a água do capote”.

Esta reunião foi dirigida pelo vice-presidente Hélder Henriques, em virtude de Leopoldo Rodrigues se encontrar no estrangeiro a representar o município. Este responsável respondeu que “se há força política que nunca deixou para trás o nosso hospital e a nossa ULS foi o PS e o senhor é uma testemunha disso”. “Hoje publicamente e antes de forma mais privada voltámos a fazê-lo, mas não podemos esquecer que a ULS tem uma administração a quem lhe cabe também fazer o seu trabalho”, referiu.

“Esta moção é oportuna, mas tardia”, insistiu Luís Correia, tendo Hélder Henriques retorquido sobre a oportunidade da mesma e recusado a ideia de que o PS estaria a sacudir a água do capote, “a nossa posição é só uma, como sempre foi, ou seja a defesa das instituições e dos albicastrenses”.

IMPOSTOS Nesta reunião pública do executivo municipal albicastrense foi ainda votada por maioria a devolução aos contribuintes do concelho de 3% do IRS, depois de este ano essa devolução ter sido de 2,5%. PS e PSD votaram favoravelmente a proposta, o Sempre absteve-se dizendo que a verba em questão seria mais bem aproveitada se fosse investida numa verdadeira política social e não apenas em favorecer aquelas pessoas que pagam IRS, acusando até o PS de “estar a implementar medidas que mais parecem ser do PSD”.

João Belém (PSD) considerou a medida oportuna, congratulou-se com a proposta apresentada e a meta de devolução de 4% até final do mandato e reiterou que “devemos fazer jus ao que acabámos de aprovar porque se trata de uma medida para o bem de todos”.

O Sempre voltaria à carga, com Jorge Pio a considerar que “esta é mesmo uma questão política e ideológica, porque estão a beneficiar quem mais recebe e com esse valor (mais de 1,7 milhões de euros) o município estaria em condições de apoiar quem mais precisa”. Neste particular, Hélder Henriques assegurou que “sob o ponto de vista social esta câmara continuará a fazer o que lhe compete, como sempre tem acontecido até aqui”.

Mais pacífica e unânime foi a aprovação da manutenção da taxa mínima de 0,3% do Imposto Municipal sobre Imóveis em 2023.

POLITÉCNICO O movimento independente Sempre propôs nesta reunião um voto de congratulação ao IPCB pelos resultados obtidos no concurso nacional de acesso deste ano. Na base deste voto o crescimento de 14% nas colocações da primeira e de 31% nas da segunda fase. “Infelizmente há pessoas que só se preocupam com as vagas que sobraram”, desabafou Luís Correia quando da apresentação deste voto.

O voto acabou por ser votado por unanimidade. Hélder Henriques sublinhou que “estamos satisfeitos porque vêm mais alunos para a região e esta câmara é um parceiro do IPCB”. Patrícia Coelho, vereadora do PS, partilhou os votos de parabéns ao IPCB pelas colocações, mas lembrou que “os números são os que são, não há como tornear” e esmiuçou escola a escola o número de vagas e o número de colocações alcançadas.

Aproveitou também a ocasião para falar do projeto «Escola a Tempo Inteiro» e para “desmistificar as atividades a que as crianças estão sujeitas”, explicando que “não são atividades sujeitas a avaliação, pretende-se que as crianças brinquem e que usufruam de experiências edificantes em várias temáticas que criam oportunidades iguais para todos”.

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