Animais recolhidos vão ser analisados. Foto Quercus
A situação na barragem de Santa Águeda continua a agravar-se mais de três semanas depois dos primeiros relatos de peixes e aves mortos que deram às margens da albufeira do concelho de Castelo Branco.
A Quercus recolheu esta quarta-feira mais três cegonhas mortas “além das centenas e centenas de peixes que todos os dias continuam a aparecer mortos”, disse ao Reconquista o dirigente Samuel Infante.
Segundo a associação ambientalista a situação é ainda mais grave na parte norte, junto ao concelho do Fundão, “onde há uma concentração enormíssima de peixes junto ao local onde foram encontradas as cegonhas e aparentemente do lado do Fundão não estarão a ser recolhidos como é o caso de Castelo Branco”.
A Quercus diz que foi avisada a GNR, através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, para que estes peixes possam ser recolhidos “para não agravar a qualidade da água”.
Samuel Infante lamenta o que diz ser o silêncio da Agência Portuguesa do Ambiente nesta matéria, lembrando que este organismo “ainda não divulgou o resultado das análises e por isso não sabemos se estamos perante uma contaminação química ou bacteriológica. Não podemos esquecer que é a água que abastece quatro concelhos e a APA parece não estar a fazer o seu trabalho”.
A Quercus, que faz parte da Plataforma de Defesa da Albufeira de Santa Águeda/ Marateca, aguarda há dois anos pela divulgação das análises.
As cegonhas mortas foram recolhidas pela GNR e entregues ao CERAS - Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens, gerido pela Quercus em Castelo Branco, para que possa ser feita uma necropsia e a recolha de amostras, que poderão ser enviadas ao Ministério Público.
Samuel Infante insiste que além destes casos“ continuam a existir ilegalidades todos os dias, como construções ilegais e caminhos fechados”.
O Reconquista voltou esta quarta-feira a solicitar esclarecimentos à APA que ainda não respondeu aos dois pedidos feitos em abril nos dias seguintes ao aparecimento dos primeiros peixes mortos.
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