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Direito de Resposta: Poluição na barragem- A procura apressada de um bode expiatório

Agostinho Martins - 25/05/2018 - 10:00

Dono do cerejal junto à barragem de Santa Águeda comenta o recente caso de poluição verificado na albufeira.

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Barragem de Santa Águeda. Arquivo Reconquista

No passado dia 10 de Maio de 2018 foi publicada uma reportagem no Jornal Reconquista, referente a uma eventual situação de poluição na Barragem de Santa Águeda, e onde, uma vez mais, aparecia como protagonista o Sr. Samuel Infante.

Com uma postura de filósofo ou profeta (no sentido de vaticinador) dos culpados, lançou, uma vez mais, suspeitas sobre a empresa proprietária dos cerejais ali circundantes, assumindo o papel de inimigo dando continuidade a uma perseguição “quixotiana” de todo incompreensível, e que o tempo se encarregou de fazer justiça.

Aliás, tal perseguição pessoal já foi anteriormente motivo de participação criminal, e, a seu tempo, também desta vez tomaremos as medidas adequadas contra aquele Senhor, nos locais próprios.

Mas, vamos à reportagem e às calúnias e mentiras que pretendem que sejam verdade.

Tomando conhecimento da referida reportagem, de imediato o gerente da proprietária dos cerejais se deslocou ao local e solicitou a intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a qual já tinha conhecimento das queixas e já havia intervindo, bem como contactou um laboratório de análises ambientais, mandadas fazer pela nossa empresa com custos suportados pela mesma, para recolher amostras de água em vários pontos da barragem, em que os resultados das análises feitas no laboratório da Empresa Aquimisa em Castelo Branco, não revelam quaisquer contaminação de produtos fitofarmacêuticos.

No local constatou que a suposta poluição da barragem em causa se circunscrevia a uma pequena zona restrita, a qual, curiosamente ou não, se localiza junto ao acesso público, permitido pelo caminho público ali existente.

Com efeito, verificou que naquele local a água apresentava uma cor esverdeada, assemelhando-se a “lodo”/algas. Assim, e por não ser especialista, não sabia identificar o problema, o qual apenas era visível no local onde foi feita a reportagem, local este que é de acesso público como se disse, sendo que, ao percorrer toda a linha de água que confronta com os terrenos da proprietária dos cerejais, não encontrou em lugar algum a mesma situação nem qualquer outra que denunciasse algo de errado.

Mas o escopo encapotado pelo interveniente em tal reportagem, que mais não é que uma vingança pessoal, é de tal ordem primordial, que leva ao exagero da situação, insinuando uma “mortandade” de peixes, quando apenas ali se viam três/quatro peixes mortos, o que levou a acreditar (se não foi outra a intenção…) que as causas de morte daqueles pudessem ser de ordem natural.

Ao que acresce o facto das imagens se focarem naquele local especifico da água, não filmando para além desta pequena zona restrita, onde as águas não indicavam qualquer alteração na cor, nem a isso fazendo qualquer referência.

Assim, e perante tamanha manipulação e maldosas conclusões, no dia seguinte, por iniciativa da empresa proprietária dos cerejais, deslocaram-se ali, para além do responsável pela recolha de amostras da água, dois técnicos de produtos fitossanitários/fitofarmacêuticos e dois engenheiros técnico-agrários.

Tendo estes estado presentes em conjunto, concluíram que da aparência da água não resultava à primeira vista qualquer contaminação por produtos fitofarmacêuticos, quer pela aparência (cor) da água, quer pela delimitação, quer pelo próprio cheiro, alvitrando a hipótese de poder ali existir, eventualmente, toxinas/algas e falta de oxigénio na água.

De resto, àquela data, em toda a margem da albufeira não foi encontrada mortandade de peixes, nem foram encontrados quaisquer focos de poluição, como o Sr. Samuel Infante apregoou na referida reportagem, na RTP, no Jornal do Fundão, Correio da Manhã, Jornal Reconquista, Jornal I, Jornal Público, Radio TSF, Diário Digital de Castelo Branco, Jornal Noticias da Covilhã, etc. etc.

E a verdade é que os relatórios da GNR e da APA vieram dar razão ao explanado, e contrariaram as insinuações maldosas e acusatórias da pessoa do Sr. Samuel Infante.

A APA anuncia que os resultados das análises revelam a presença de uma bactéria “potencialmente produtora de toxinas” relacionada com a subida das temperaturas e de nutrientes na água, o que poderá estar relacionado com uma “descarga pontual indevida de um efluente com características similares às águas residuais domésticas”.

Esta situação levou a um aumento de algas que retirou o oxigénio à água, levando à morte de peixes.

De igual modo, como foi publicado na imprensa escrita, também as análises efetuadas pelas Águas de Portugal a um conjunto alargado de produtos fitofarmacêuticos (v. g. pesticidas) apresentaram resultados normais da qualidade da água.

Ao que acresce o referido nos autos da GNR sobre esta questão, onde se pode ler “constatou-se que havia (…) peixes mortos, estando a água (…) com uma cor esverdeada, sendo possivelmente micro algas, não sendo visualizado outro tipo de poluição” e “no local não existiam quaisquer indícios de contaminação das águas”, conforme relatórios anexos da GNR do ambiente.

Julgamos ter esclarecido a opinião pública, e acima de tudo queremos apenas que a verdade seja dita, apenas e só a verdade, mesmo que às vezes possa ser incómoda para muitos, sobretudo para os mal-intencionados da nossa sociedade, porque para alguns o diabo, mesmo com a verdade andará sempre à solta.

A Gerência

Agostinho Martins

 

Nota de redação: O Reconquista não cita na referida notícia o dirigente da Quercus Samuel Infante mas sim a associação ambientalista que representa, com base num comunicado que emitiu sobre este tema. No entanto considera útil para o esclarecimento da opinião pública a publicação deste texto.

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