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Governo quer redução de portagens

João Carrega - 18/02/2016 - 8:00

O Ministro das Infraestruturas disse em Castelo Branco que a redução de portagens na A23 é uma forte possibilidade. Os estudos estão a ser feitos e a decisão será tomada em breve. 

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O ministro Pedro Marques e o autarca Luís Correia destacaram os investimentos

Pedro Marques, Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, afirmou, esta segunda-feira em Castelo Branco, que o Governo "está a elaborar estudos para criar uma solução que favoreça a mobilidade no interior do país, a qual poderá passar por uma redução de portagens nas vias do interior ou com fracas alternativas existentes, não estando em cima da mesa a abolição de portagens".

O ministro falava à imprensa à margem da reunião do Conselho Regional do Centro, que se realizou no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco onde participaram ainda o Ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, autarcas de toda a região centro e responsáveis de diferentes entidades. Pedro Marques considera que a abolição de portagens não está em cima da mesa, mas reduzir, eventualmente, as portagens para o interior do país e favorecer a mobilidade para estas regiões é o que estamos a estudar".

Pedro Marques diz que a resposta ao problema será feita a curto prazo.  "Como não encontrei os tais estudos [que Pedro Passos Coelho disse ter feito - ver página 15] concluídos temos que estudar para não tomar decisões precipitadas", disse, para depois reforçar a ideia de que não tem conhecimento de qualquer estudo sobre essa questão. "Não recebemos estudos concluídos sobre esta matéria. De resto, esses estudos estão a ser feitos agora. Durante quatro anos nada foi feito a esse nível. Na campanha eleitoral havia muitos estudos, foram feitas muitas promessas, mas nada foi feito sobre a concretização de medidas que fomentem a mobilidade no interior e a redução de portagens. Falaram, mas tiveram quatro anos para tomar medidas e não as tomaram", criticou o ministro.

O governante respondia assim ao líder do PSD, mas também à Comissão de Utentes da A23, que esta segunda-feira lhe entregou uma carta  onde era exigida a abolição de portagens na A23. Na missiva a que tivemos acesso, a Comissão reafirma a ideia de que "a introdução de portagens nas Scuts carece de racionalidade económica, pois a receita das portagens é inferior aos enormes prejuízos causados às economias regionais e ao país. As portagens nas Scuts são um erro que prejudica gravemente a economia, retira poder de compra ao povo e asfixia a situação financeira das empresas".

A mesma carta cita ainda António Costa, na campanha eleitoral: "é necessário fazer a reavaliação das obrigações contratuais que o Estado assumiu de forma a permitir, quer nas regiões do interior, quer em todas as regiões fronteiriças, quer em zonas de particular afluxo turístico, eliminar (as portagens) e criar melhores condições de acessibilidade a todas essas regiões". Uma citação que serviu para Comissão de Utentes solicitar a abolição das portagens ao Governo, mas cuja resposta não foi a desejada.

 

ESPANHA Uma das vias de comunicação reclamadas pelos autarcas da região, em especial os de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, é a construção do IC31. A via, cujos projetos estavam elaborados ligava a A23 às Termas de Monfortinho, em perfil de autoestrada. Do Lado espanhol, as obras da autoestrada para Madrid pararam a poucos quilómetros da fronteira portuguesa, uma vez que o IC31 nunca arrancou.

Questionado sobre esta matéria Pedro Marques disse haver outras prioridades neste momento.  "Temos que ter opções sustentadas do ponto de vista financeiro. Hoje viemos aqui falar de obras muito importantes para Castelo Branco e da Beira Baixa, como é o caso da conclusão da eletrificação da Linha da Beira Baixa, entre a Covilhã e a Guarda. A nossa aposta é priorizar o transporte de mercadorias pelas linhas de ferrovia. O investimento global das linhas que vamos desenvolver no país nos próximos cinco ou seis anos, terá o apoio comunitário superior a mil milhões de euros, estimando um investimento anual de 460 milhões de euros, criando na fase de obra, nesse período, cerca de seis mil e 500 postos de trabalho". A ligação entre Covilhã e Guarda será uma das primeiras a avançar e tudo indica que vá para o terreno no final de 2017 ou início de 2018.

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