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Vespa asiática: Combate deve preocupar todas as pessoas

Reconquista - 11/11/2021 - 8:00

O combate à proliferação da vespa asiática “deve ser uma responsabilidade não só dos apicultores e dos agricultores, os mais diretamente afetados por esta espécie invasora e predadora, mas todas as pessoas".

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Este tem sido um tema que se mantém na ordem do dia

O combate à proliferação da vespa asiática “deve ser uma responsabilidade não só dos apicultores e dos agricultores, os mais diretamente afetados por esta espécie invasora e predadora, mas todas as pessoas de uma forma geral, até porque se as abelhas morrerem, é a própria vida que está em causa”.

O alerta foi deixado por Andrea Chasqueira, técnica da Associação dos Apicultores do Litoral Centro - Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), numa sessão de esclarecimento que decorreu recentemente no Centro Ciência Viva da Floresta, em Proença-a-Nova, apelando a que nesta fase do ciclo de vida da vespa asiática sejam colocadas armadilhas um pouco por todo o lado, porque “é uma questão de saúde pública”, alerta, pois “sem abelhas (conhecidas como europeias ou abelhas de mel) não há polinização”.

Apesar das obreiras dos ninhos de vespa asiática morrerem com a chegada do frio, já começam a adaptar-se ao clima português, mantendo atividade. Mas quando estas morrem, ficam as fundadoras, que procuram hibernar, pelo que “devemos colocar armadilhas perto das colónias ou junto das heras e cameleiras, pois têm muito néctar”. Como procuram hidratos de carbono “as armadilhas devem ter essencialmente açúcares”, sendo eficaz o isco feito com “água, açúcar e fermento, sendo necessária a renovação periódica do produto para uma maior eficácia”. Assim, “por cada fundadora capturada, impede-se a formação de um ninho, que pode ter de dois a três mil elementos e começa a ser criado em março, com as primeiras posturas”. De julho a setembro, a vespa asiática vai buscar a proteína que necessita, entre outros locais, às abelhas dos apiários, mas “não querem a abelha em si, mas só uma parte, pelo que guilhotinam-na para retirar a proteína que está junto às asas, mais precisamente no músculo”. É por isso aconselhável que os apicultores protejam os seus apiários.

Andrea Chasqueira destaca ainda a importância de se terem abelhas saudáveis, aconselhando no combate à varroose que “se deixe crescer pasto à frente das colmeias, se reduza o tamanho da abertura da colmeia e se providencie alimentação para ter apiários mais fortes”. A destruição dos ninhos “deveria ser feita preferencialmente à noite, com fogo e com o auxílio dos bombeiros”, mas o importante é que “sempre que um ninho for detetado, devem ser contactados os serviços da proteção civil municipal”. Em Proença-a-Nova, até ao mês de outubro, já foram destruídos 102 ninhos. Ainda assim, de acordo com a especialista, nesta zona do país ainda não foi o atingido o pico do número de ninhos.

O presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, João Lobo, recordou que no próximo ano vão decorrer diversas iniciativas dinamizadas por entidades como a Pinhal Maior, a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas. “Isso não nos inibe, enquanto apicultores, aqueles que querem tirar rendimento desta atividade, de nos munirmos do conhecimento e partilhá-lo com todos, porque só assim é que conseguimos evoluir no combate a esta espécie invasora”.

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