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Castelo Branco: Escola Nuno Álvares recebe medalha da cidade

João Carrega - 02/05/2022 - 9:52

Distinção assinala os 75 anos de um dos edifícios icónicos da cidade.

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Construção da escola marca a história recente da cidade. Foto arquivo

O edifício da Escola Secundária Nuno Álvares foi inaugurado faz esta segunda-feira 76 anos e a data é assinalada com a atribuição da medalha da cidade e a visita do ministro da Educação, na evocação dos 75 anos do antigo liceu.

O edifício foi inaugurado a 2 de maio de 1946, numa cerimónia presidida pelo ministro das Obras Públicas, com a presença do subsecretário de Estado da Educação Nacional. Em simultâneo decorreu a primeira Romagem de Saudade dos antigos alunos.

A data foi recordada ao Reconquista, faz agora um ano, por Joaquim Lalanda Boavida, professor e investigador albicastrense, que desempenhou funções de responsabilidade no setor educativo na região.

Madalena Farias foi aluna da Escola Secundária Nuno Álvares. Partilhou, com o Reconquista, diferentes imagens de 1941, relativas ao início da construção do edifício. São fotografias datadas de 1 de abril do início da década de 40 e que mostram uma cidade que se estava a expandir para além da zona de Devesa, com novas avenidas. Os trabalhos decorriam, sobretudo, com o recurso a muita mão-de-obra.

A sua construção veio resolver um problema de falta de espaço do antigo Liceu que ocupava, desde 1911, o antigo Paço Episcopal, onde hoje se encontra o Museu Tavares Proença Júnior. “O velho edifício onde estava instalado o Liceu de Castelo Branco, tal como acontecia com outros pelo país fora, não reunia as condições para concretizar a elevada missão que dele se esperava. Disso dava conta o chamado Plano de 1938. Propunha-se então a construção de um edifício próprio, moderno, que seria projetado a pensar num Liceu de frequência mista, com capacidade para 16 turmas, em terrenos cedidos pela Câmara Municipal”, lembra Joaquim Lalanda.

A obra foi adjudicada em concurso público, ao engenheiro Virgílio Preto por 4.239.200$00. Os trabalhos iniciaram-se em janeiro de 1941, sob a direção do engenheiro João Marçal Carrega. Cinco anos depois a obra foi dada por terminada. No final, o custo total atingiu a verba de 6.759.729$51, bem distante da verba inicialmente prevista.

As imagens partilhadas por Madalena Farias mostram a azáfama da sua construção na avenida Nuno Álvares e a zona envolvente, quase virgem de edifícios. "Em junho de 1940, o arquiteto José da Costa e Silva e os engenheiros Artur Benneville Franco e António Carvalho Lopes Monteiro apresentaram o projeto do novo Liceu. Um edifício bem situado, enquadrado no espírito historicista da época e pensado para satisfazer todos os requisitos exigidos a uma escola com finalidade educativa e orientação política claras”, recorda o professor.

LOCAL Joaquim Lalanda Boavida recorda que inicialmente aquele não seria o local previsto para o novo edifício do Liceu. “Num primeiro momento, a Câmara Municipal disponibilizou um terreno no sítio chamado da Horta d’Alva onde se realizava o mercado do gado e que tinha como limite a linha do caminho-de-ferro”, diz.

Acontece que o Conselho Escolar do Liceu não gostou do espaço, pois pretendia que “o edifício ficasse localizado dentro da cidade, em zona de crescimento urbano, onde pudesse usufruir de posição de destaque e estivesse protegido dos ventos norte e leste”.

Coube ao reitor do Liceu, Nuno Prudente, e ao médico escolar, José Lopes Dias apresentarem uma proposta alternativa à autarquia, sugerindo “um terreno na recém-construída avenida da estação. Os argumentos apresentados foram compreendidos e aceites”, conta o professor albicastrense.

Hoje o edifício acolhe a Escola Secundária Nuno Álvares, sede do Agrupamento com o mesmo nome, e que integra também as escolas básicas Cidade de Castelo Branco (com jardim de infância) e Faria de Vasconcelos, escolas de 1.º ciclo da Senhora da Piedade, Boa Esperança, Malpica do Tejo e Escalos de Baixo (estas três últimas com jardim de infância), num universo de mais de 2200 alunos.

Texto sobre a história do liceu publicado originalmente a 7 de maio de 2021

COMENTÁRIOS

António Mendonça
à muito tempo atrás
Fui aluno deste liceu nos anos de 1950 a 1955.