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Futebol: Clubes do Campeonato de Portugal repudiam decisão do Governo

Reconquista - 30/10/2020 - 14:40

Mais de quarenta clubes do CdP duvidam da constitucionalidade da medida e dizem que perante o que se viu na F1 e no Canhão da Nazaré, “querem matar o desporto amador”

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Futebol metido outra vez nas redes

Mais de quarenta clubes do Campeonato de Portugal, entre os quais BC Branco, Sertanense, Oleiros e Sernache, assinaram uma nota de repúdio contra o Governo e a DGS pelo adiamentos do calendário de jogos deste fim-de-semana.

“Depois de nos termos deparado nos últimos dias com cerca de 30 mil pessoas no Grande Prémio de Fórmula 1 no Algarve e ainda ontem milhares de pessoas a assistirem ao surfar das ondas do Canhão da Nazaré, juntando a isto a inconstitucionalidade das medidas governamentais, ficamos aterrorizados com as decisões levadas a cabo contra o futebol em Portugal, indústria que tem dado o exemplo quer ao nível das medidas praticadas pela situação pandémica vivida, quer pelas precauções e testes que têm feito aos seus profissionais”, pode ler-se no documento publicado ao fim da manhã.

“Estamos a acabar com o desporto que é um direito constitucional”, acusam os clubes, que exigem que os jogos adiados possam ser realizados a 3 e 4 de novembro, a meio da próxima semana.

 

AQUI FICA A NOTA DE REPÚDIO DOS CLUBES

Ponto prévio: Agradecemos à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e às Associações Distritais e Regionais todo o esforço levado a cabo para que os jogos de futebol da jornada deste fim de semana se realizassem.

Fomos informados a altas horas da madrugada, através do Comunicado Oficial da FPF n.º 178, que as competições não profissionais não iriam competir por indicação expressa do Governo e da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Tal como referido ontem pelo nosso Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, as medidas do Governo devem ser levadas apenas como recomendações e não como obrigações. Tendo mesmo a figura máxima do nosso país levantado sérias questões sobre a constitucionalidade das medidas apresentadas.

Depois de nos termos deparado nos últimos dias com cerca de 30 mil pessoas no Grande Prémio de Fórmula 1 no Algarve e ainda ontem milhares de pessoas a assistirem ao surfar das ondas do Canhão da Nazaré, juntando a isto a inconstitucionalidade das medidas governamentais, ficamos aterrorizados com as decisões levadas a cabo contra o futebol em Portugal, indústria que tem dado o exemplo quer ao nível das medidas praticadas pela situação pandémica vivida, quer pelas precauções e testes que têm feito aos seus profissionais.

Nada nos move contra os desportos automobilísticos nem contra as ondas da Nazaré, mas sim contra a tomada de posição escandalosa do Governo com a conivência da DGS. É uma autêntica discriminação sem paralelo na história do desporto nacional e uma falta de respeito para com os atletas, dirigentes, sociedades desportivas e centenas de patrocinadores que num ano delicado reuniram esforços para fomentar o desporto.

Temos assistido a um tomar de medidas completamente avulsas e que colocam em causa o futuro do desporto em Portugal. Não falamos apenas de futebol, mas sim de desporto. Ainda está na memória de todos quando a DGS nos disse taxativamente, no dia 22 de março de 2020, que não recomendava o uso de máscaras porque transmitiam uma falsa sensação de segurança e hoje, 30 de outubro de 2020, somos obrigados a usá-las por lei, podendo mesmo ser multados. Somos ainda confrontados com quarentenas obrigatórias tendo apenas um caso positivo de COVID-19 e diariamente assistimos a situações bem mais preocupantes que têm tratamento diferenciado. Ninguém se entende e, sobretudo, ninguém entende.

Estamos a acabar com o desporto que é um direito constitucional!

Ninguém calará a nossa revolta. O futebol não merece ser tratado desta forma quando tem sido um exemplo para a nossa sociedade e quando ano após ano tem levado o nome do nosso país ao topo do Mundo.

Será determinante que o Governo e a DGS oiçam a FPF e as Associações e que terça e quarta-feira (3 e 4 de novembro, respetivamente) seja possível realizar todos os jogos adiados.

Somos centenas de clubes, milhares de profissionais e milhões de apaixonados. Estamos preparados para ir até às últimas instâncias para defender os nossos direitos e exigimos que estas datas sejam cumpridas, os clubes, esses, lá se apresentarão para jogar.

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