O compromisso é conhecido depois de o presidente da Câmara Municipal de Penamacor ter denunciado a exclusão da Malcata do Plano Nacional de Reintrodução do Lince Ibérico.
A reserva foi criada para conservar a espécie mas o lince não é visto há mais de 20 anos. Foto DR
O Ministério do Ambiente anunciou que vai avançar com um plano para a reintrodução do lince na Reserva Natural da Serra da Malcata.
O compromisso é conhecido depois de o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, concelho que partilha a área protegida com o Sabugal, ter denunciado a exclusão da Malcata do Plano Nacional de Reintrodução do Lince Ibérico.
“O Ministério do Ambiente assume agora o compromisso de ir definir um plano para introduzir o lince na Serra da Malcata. Já em maio, nas candidaturas que vão abrir ao POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), uma das candidaturas que vamos apresentar é esta” garantiu João Pedro Matos Fernandes em entrevista à Antena 1.
O governante diz que este plano “é absolutamente compatível com o esforço de ter naquela zona um espaço cinegético bem ordenado”, lembrando que a caça “existe, senão em todas, em quase todas as áreas protegidas do país”, em resposta aos críticos da autorização para a abertura de uma zona de caça municipal na parte da reserva afeta ao concelho de Penamacor.
Matos Fernandes lembra ainda que o Vale do Guadiana, onde o lince começou por ser reintroduzido, está numa zona de caça controlada.
"O plano é absolutamente compatível com o esforço de ter naquela zona um espaço cinegético bem ordenado”
Matos Fernandes
Ministro do Ambiente
A reintrodução no lince na Malcata não deverá ocorrer em menos de quatro anos, tempo para criar as condições para que isso aconteça, nomeadamente a existência de alimento.
Quanto à caça plano para a prática desta atividade na reserva será apresentado dentro de um ano, primeiro com a possibilidade de caça ao javali e mais tarde ao corço e veado.
Não será permitida a caça ao coelho e à perdiz.
A Quercus está contra e acusa o Governo de ceder “a pressões do loby da caça”.
O PAN – Pessoas – Animais – Natureza diz que a medida “é um retrocesso civilizacional e carece de fundamentação científica e política”.
António Luís Beites diz que a caça já é permitida no Sabugal, com quem Penamacor divide a área protegida.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas ainda não tem uma previsão para o regresso do lince ibérico à Malcata. A garantia é deixada ao Reconquista pela presidente do instituto.
Na origem do pedido do BE estão as declarações do presidente da Câmara Municipal de Penamacor, que criticou a exclusão da Malcata deste plano.