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Santa Águeda: Plataforma de defesa da albufeira atira-se à APA

José Júlio Cruz - 19/05/2022 - 8:30

Entidade oficial é absolutamente incapaz, incorre em erro e é irrelevante na defesa do ambiente, acusam os ambientalistas.

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A Plataforma de Defesa da Albufeira da Barragem de Santa Águeda/Marateca acusa a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de estar apenas a cobrir 9% dos pesticidas usados em Portugal nas análises que efetua, contrariando assim essa agência quando afirma que não houve qualquer causa que tenha provocado a mortandade de peixes e aves que se tem vindo a registar no local.

Em conferência de imprensa realizada recentemente junto ao paredão da barragem, Samuel Infante, Manuel Costa Alves e Benedicta Vieira entregaram documentação aos jornalistas sobre um processo que consideram ser “de sucessivos atentados e crimes ambientais que têm vindo a ser denunciados desde 2014”.

Face ao exposto, concluem que “prova-se, pela simples listagem das análises efetuadas aos pesticidas que o conjunto das análises aos pesticidas efetuadas pela APA é inútil e incapaz de detetar a causa da morte dos peixes e aves”.

Os responsáveis pela plataforma revelam que “dos 1305 pesticidas comercializados em Portugal, apenas são detetáveis 136, ou seja apenas 9,4% desses fitofármacos utilizados na agricultura são detetáveis”. E, pior do que isso, dizem que “é mesmo espantoso que 75% dos produtos ativos analisados já nem sequer são comercializados”:

Nesse sentido, os mesmos responsáveis sublinham que se trata de uma “absoluta incapacidade de análise” por parte de “uma entidade oficial que está mesmo inconsciente da irrelevância das suas afirmações”. A APA, no entender desta plataforma, está “a incorrer em erro e, muito mais grave, a ser irrelevante na proteção do ambiente”.

Seria portanto urgente “articular com outras agências estatais, academia e meios independentes para que se possam encontrar respostas e soluções eficazes no terreno”, concluem.

“As violações ao plano de ordenamento desta albufeira são praticamente diárias”, frisam, acrescentando que “é preciso ser sério quando se olha para um problema para o resolver, porque existem laboratórios e existe tecnologia para analisar tudo isto e nós estamos disponíveis para ajudar a encontrar soluções… só que a APA não o quer fazer”.

Santa Águeda é uma albufeira de abastecimento público e, nesse sentido, a plataforma opina que “devíamos estar todos a cuidar dela”, mas reforça que “andam a analisar pesticidas que nem sequer já são utilizados”.

“Onde estão as autoridades?” clamam, enquanto apontam outros problemas também já antigos como são, entre outros, os cortes de caminhos e as vedações de terrenos até dentro de água.

TRANSPARÊNCIA Nesta ocasião, os representantes da plataforma lembraram que há quatro anos solicitaram, sem os obter, os resultados das análises e da monitorização da qualidade da água a várias entidades públicas.

“Na última semana, quer os SMAS de Castelo Branco quer na Assembleia Municipal de Castelo Branco foi anunciado que os resultados das análises estavam em conformidade com a lei, mas sem serem tornados públicos os ditos resultados”, acusam os mesmos dirigentes, referindo ainda que “o sítio da internet dos SMAS de Castelo Branco apenas tem disponível análises trimestrais de 2021, mas tem um aviso do administrador a informar que a água é de boa qualidade”.

COMENTÁRIOS

JMarques
à muito tempo atrás
APA: Não quero acreditar que seja só incompetência e faz-me pensar que haverá algo mais.
Será que os peixes e as aves morreram por vontade própria?
Luisa
à muito tempo atrás
Que pesticidas põem nas cerejeiras? Deve ser dose..... escorrem até à barragem.