Independentemente da consequência judicial, o PSD de Castelo Branco defende que está na hora de Luís Correia sair de cena, como consequência política.
Carlos Almeida lamenta imagem que se tem dado de Castelo Branco
Pouco depois do presidente da Câmara de Castelo Branco, na reunião pública do executivo de 21 junho, ter garantido que vai continuar na autarquia até ao recurso judicial final, confiante na reversão da decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco que declarou dia 19 a perda judicial do atual mandato, a concelhia do PSD pediu a demissão de Luís Correia, como consequência política.
tal, “Luís Correia traiu a confiança dos albicastrenses e não tem condições para se prolongar em funções de presidente do município. Por essa razão, o PSD exige a demissão de Luís Correia como presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco”.
Almeida, presidente da concelhia, recordou que em maio de 2018, a notícia da assinatura destes contratos com empresas da família apenas “somou mais uma polémica a muitas outras que têm posto Castelo Branco permanentemente em destaque nacional pelas piores razões”, e na sequência da qual o PSD também dirigiu uma queixa ao Ministério Público. Esclarece ainda que “não compete a esta Comissão Política emitir opinião quanto à decisão do Tribunal”, lembrando que sempre deixou “à justiça o que é da justiça e à política o que é da política”, sublinhando, porém, “que há consequências a retirar desta decisão”.
No entendimento do PSD, Luís Correia “tem violado permanentemente os valores da ética e da transparência, que não podem faltar no exercício de funções públicas. Ao longo dos últimos anos temos assistido a um clima de medo e promiscuidade em Castelo Branco, com a Câmara amarrada a interesses e um presidente convicto de que quer, pode e manda. Para o ainda presidente, as ilegalidades são meros ‘lapsos ostensivos e evidentes’, a expressão de uma visão autocrática do poder que não podemos consentir”.
E reitera que “todos estes acontecimentos, que são da exclusiva responsabilidade de Luís Correia, têm também consequências políticas”, afirmando que “é reconhecido hoje que o ainda presidente da Câmara se encontra muitíssimo fragilizado, circunstância que terá consequências negativas no exercício das suas funções. A sua condenação a perda de mandato, apesar do recurso, retira-lhe qualquer capacidade de influência e espaço de reivindicação, para além da natural hesitação que sentirão todos os nossos interlocutores”.
Carlos Almeida afirma que é nas urnas que o PSD de Castelo Branco quer ganhar as eleições, não na barra dos tribunais. “Somos um partido moderado. Até ao momento, nunca pedimos a demissão de Luís Correia, apesar de todas as polémicas conhecidas. Mas, em função desta condenação, somos consequentes com os nossos princípios e não podemos permitir que a imagem de Castelo Branco continue a ser manchada”, frisa, sublinhando que “ao contrário do que muitos possam pensar, não estamos satisfeitos com esta situação”, defendendo que “o PSD quer o melhor para Castelo Branco”.
assumindo que o PSD trabalha “para merecer a confiança dos albicastrenses por via de um projeto sério e consistente”, Carlos Almeida recorda algumas das propostas que o PSD tem feito, como “atração de investimento e criação de emprego qualificado, pois só assim se fixam e atraem pessoas; reabilitação urbana, com especial enfoque na zona do castelo, o verdadeiro ex-libris que Castelo Branco precisa; aposta firme no turismo, um setor que pode gerar riqueza na região; apoiar os jovens casais como incentivos à natalidade; e criação de um evento internacional para projeto Castelo Branco, como um encontro de Youtubers”.
O presidente da Câmara de Castelo Branco garantiu que vai continuar na autarquia até ao recurso judicial final. Horas depois, a concelhia do PSD pediu a sua demissão.
O presidente recorre da sentença que declara a perda de mandato e afirma que mantém funções, acreditando que “será feita justiça, ainda que a seu tempo”.
É com “total convicção e inquebrantável firmeza” que o PS apoia o recurso de Luís Corria, a que reconhece que “agiu em prol do interesse dos albicastrenses”.
Independentemente da consequência judicial, o PSD de Castelo Branco defende que está na hora de Luís Correia sair de cena, como consequência política.
O TAF declarou a perda de mandato de Luís Correia, mas o autarca vai recorrer para o Tribunal Central Administrativo Sul.
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